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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Maluca por você – Série Lovett, Texas 2 – Rachel Gibson

Fonte: Jardim dos livros - Geração Editorial

FICHA TÉCNICA

ISBN: 9788563420718
ANO: 2014
NÚMERO DE PÁGINAS: 113
SÉRIE: Lovett, Texas
VOLUME: 2
TÍTULO ORIGINAL: Crazy on you

SINOPSE
   Um charmoso policial acaba de chegar à cidadezinha de Lovett, no Texas. Seu nome é Tucker Matthews. Tudo o que ele quer é um pouco de sossego e um lar pra chamar de seu. Seu e de Pinky, sua gatinha de estimação, deixada com ele por uma ex-namorada louca. Mas parece que Tucker tem sorte (ou azar) para mulheres doidas. Sua nova vizinha é ninguém menos que Lily Brooks, ou, a Maluca Lily Darlington, famosa na cidade pelos excessos do passado, como quando entrou com o carro dentro do escritório do ex-marido cretino. Fofocas à parte, Tucker 

O QUE ACHEI
            A MALUCA POR VOCÊ é até agora o livro mais curto da série. O que não chega a prejudicar o efeito geral da história. Li este livro depois do 3º, então já conhecia a LILY de uma breve menção no livro seguinte. Aparentemente as duas histórias se passam mais ou menos ao mesmo tempo.
            LILY DARLINGTON é uma personagem bastante cativante. Ela é uma mãe e empresária, que conseguiu colocar a vida nos trilhos após os 30. É com a chegada do jovem (apenas 8, Lily. Você não seria uma loba mesmo se fossem 80 ;)  policial TUCKER MATTEWS que ameaça deixar LILY realmente maluca... por ele.
            TUCKER é o meu tipo de mocinho. Você pode estar pensando: ah, mas são todos bonitões com um sorriso de bambear as pernas e boas pessoas. Consequentemente, todos são o tipo dela. Não! Acontece que o policial MATTHEWS é do tipo para casar. E eu não estou falando dessas convicções que as pessoas tem por aí sobre as características da “pessoa ideal”. A verdade é que o próprio TUCKER já deixou claro no início do livro, que para ele não era só sexo. Dona LILY maluca não poderia brincar com o... coraçãozinho dele e descarta-lo assim tão fácil. Apesar de que, ele deixou bem claro que também adoraria “brincar” na casa da vizinha.
            LILY teve um passado selvagem. Mas agora ela é uma nova mulher: administra seu próprio SPA na cidade vizinha, superou um rompimento com o crápula de seu ex-marido e cria sozinha o filho a quem ama muito. Mas há certas coisas, que ela sequer sabia desejar, que estão lhe tirando o juízo. Ela se preocupa com o que a população da pequena Lovett, conhecida por seus mexericos, irão dizer sobre o seu caso ardente com um home oito anos mais jovem. A Lily faz uma tempestade em torno disso, diz que na verdade o que a preocupa é que talvez o filho sofra bullying... Blá blá blá. Cá entre nós, a desculpa não colou. Nem pra mim e nem para o TUCKER. Ao que parece, os tempos de atrevimento da LILY passaram e ela estava mesmo era com medo de se jogar de cabeça num novo relacionamento e sair ferida.  O que é beeem mais compreensível, não é?
(-) PONTOS NEGATIVOS
            Vapt-Vupt! É assim a leitura de MALUCA POR VOCÊ. Para quem está acostumado aos livros da autora, que costumam ter quase 300 páginas, talvez vá se surpreender com a rapidez com que esses dois alcançaram o final feliz. (E dizer que haverá um final feliz nem deve ser considerado spoiler nesse gênero, é quase uma regra!). Desta vez, a relação dos protagonistas não se desenvolve aos poucos e também não há tantas reviravoltas quanto esperado. E eu, que já cansei de resolver do “nem lá nem cá” dos personagens, acabei ficando com a impressão que faltou alguma coisa com o fim da leitura. :(
(+) PONTOS POSITIVOS

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Salva-me – Série Lovett, Texas 3 – Rachel Gibson

Fonte: Jardim dos livros - Geração Editorial

FICHA TÉCNICA

ISBN: 978-85-8484-007-6
ANO: 2016
NÚMERO DE PÁGINAS: 272
SÉRIE: Lovett, Texas
VOLUME: 3
TÍTULO ORIGINAL: Rescue me
SINOPSE
    A salvação de Sadie Hollowell e Vince Haven depende de muitos fatores. Ele voltou traumatizado da guerra ao terrorismo no Afeganistão e ela, aos 33 anos, acha ridículo ser convidada para ser dama de honra do casamento de uma prima no interior do Texas, onde nasceu. Ambos estão perdidos, à procura das raízes e de uma identidade que a vida foi esfacelando, e são atormentados por uma atração sexual violenta que demora muito a se transformar em amor e compromisso.
O que se oferece aos leitores é uma história tensa, em que preconceitos e hesitações lutam contra o amor, sem saber qual dos lados terá o triunfo final. Vale a pena ler e torcer por ele.

O QUE ACHEI
            Mais um querido livrinho da RACHEL GIBSON saindo da editora. Hum... até com cheirinho de recém lançado. Haha.
O primeiro CHICK LIT que eu li, lá nos primórdios do Ensino Médio, era da RACHEL GIBSON. E eu comecei bem, porque ela ainda é a minha autora favorita do gênero. Foi com ela que eu aprendi que o bom humor pode sim cair bem num romance. E que, num romance, é possível transformar mulheres normais em verdadeiras heroínas. Elas tem empregos interessantes, não são virgenzinhas idealizando o bofe e em geral, também não estão procurando o amor da vida delas em qualquer estranho com um traseiro decente (a Sra. Gibson aparentemente tem um fraco por nádegas masculinas bem formadas. Quem somos nós para questionar?)
Personagens femininas fortes e modernas, moços de caráter (e físico) cativante.
            E foi em nome dos velhos tempos que eu insisti com o 3º volume da deliciosa SÉRIE LOVETT, TEXAS. SALVE-ME começou morno. Mas garanto a vocês que lá pelos meados da página 99 as coisas esquentam. Oh yeah!*
            Do romance que eu não esperava muita coisa, do meu preconceito pelas infindáveis camisas bege e calças cargo do VINCE, surgiu uma história com personagens bem desenvolvidos e relações familiares complicadas dignas de me prender até de madrugada. Demora um pouco, mas quando engrenar, você não vai querer largar essa história por nada, colega!
            SADIE HOLLOWELL é uma bem sucedida corretora de imóveis que deixou o Texas e a complicada relação com o pai, um rancheiro durão, para trás. O que ela não contava era que, aos 33 anos, uma breve passada por Lovett pudesse transformar-se numa estadia mais prolongada, que iria reacender sentimentos a muito sufocados.
            VINCE HAVEN é uma irresistível mescla do típico herói de guerra americano – com um rígido senso de dever e estresse pós-traumático- e mocinho da RACHEL GIBSON: sexy como o inferno!
            As memórias de guerra do VINCE pareceram um pouco chatinhas de ler e isso é uma opinião extremamente pessoal. Tem muito de como os americanos veem os países do Oriente Médio, um conflito de pontos dos pontos de vista mais conservador (Vince) e liberal (Sadie), inclusive sobre política. Mas acho que quem não é dos EUA, talvez perca algumas referências (como foi o meu caso com o VINCE fazendo citações de algum ex-ministro norte-americano).

(-) PONTOS NEGATVOS
            Se por um lado o VINCE possa ser tachado de antiquado e machista, por não aceitar parecer fraco aos olhos da SADIE, por outro podemos admirar sua devoção à irmã e ao sobrinho (velhos conhecidos que já tiveram se próprio final feliz em XXXXXX) e honestidade com a SADIE.
            SALVE-ME fez valer a penas as três horas de sono perdido, garantindo um baita final feliz . (Considero isso um investimento em bons sonhos, haha). Ficaram algumas pontas soltas mas que conhece o estilo da autora, tem certeza  de que bons livrinhos da série vem por aí para amarra-las...

(+) PONTOS POSITIVOS
            Simplesmente ameeeeei a forma como a autora abordou a relação distante da SADIE com o velho CLIVE HOLLOWELL, pai dela. Não teve encontro açucarado que nem filme para chorar. Nesse quesito, o livro foi extremamente realista, mostrando como dois personagens – que estão longe de ganhar o título de mais sentimentais do ano- enfrentam dificuldades ao tentar se entender e estreitar laços. Rachel Gibson captou direitinho que, por mais que as pessoas se amem, nem sempre é fácil.


*P.S.: Este é o tipo de livro em que os orgasmos começam nas extremidades... dos pés. (Gente, juro que o livro não segue o padrão do trecho acima. Só não pude evitar compartilhar essa pérola). Cenas estranhas assim são pérolas nos livros da autora. Prometo!
            Um orgasmo quente e arrepiante começou nos dedos dos pés e abriu caminho pelo corpo dela. Mexeu com ela de cima a baixo, dentro e fora, e, quando a mágica terminou, deixou um sorriso no rosto dela.
__Oh yeah!

           



domingo, 17 de julho de 2016

Holocausto Brasileiro - Daniela Arbex


AUTORA: Daniela Arbex
EDITORA: Geração
ISBN: 9788581301570
LANÇAMENTO: 2013
NÚMERO DE PÁGINAS: 256
Neste livro-reportagem fundamental, a premiada jornalista Daniela Arbex resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena.

Ao fazê-lo, a autora traz à luz um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, pois nenhuma violação dos direitos humanos mais básicos se sustenta por tanto tempo sem a omissão da sociedade.

Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33 eram crianças.
Era uma vez um "trem de doido" que levava pessoas do Brasil inteiro para a cidade mineira de Barbacena. Alguns, aflitos por sofrimentos mentais, acreditavam ir em direção à cura de seus males; outros, sem sequer saber por que estavam indo para aquele lugar misterioso, se encontravam fadados a passar sabiam lá quantos dias, meses ou anos em um local que não escolheram: o Colônia.

O Colônia tinha nome de edifício imponente, um hotel chique, talvez, mas foi, na verdade, durante décadas, o centro de um holocausto silencioso. Holocausto, sim, sem exageros. Foram mais de 60 mil mortos que, antes de perecerem por fraqueza, acometidos por doenças, foram submetidos a condições inimagináveis. Dormindo no chão coberto de palha, bebendo água do esgoto que escorria pelo pavilhão, cobertos de fezes, muitas vezes despidos, submetidos a choques e outros experimentos, estes eram os "loucos" de Barbacena, muitos dos quais sequer haviam sido diagnosticados com sofrimentos mentais. E as chances de sair? Apenas como um cadáver a ser vendido para algumas das mais prestigiadas faculdades do Brasil.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Amor e Turbulência

Fonte: Universal Pictures

FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL:  Amour & Turbulences
ESTREIA: 2013
PAÍS DE ORIGEM: França
DIRETOR: Alexandre Castagnetti
ROTEIRISTAS: Nicolas Bedos, Vincent Angell, Alexandre Castagnetti
ESTÚDIO: Universal Pictures
Elenco
Julie....... Ludivine Sagnier
Antoine........... Nicolas Bedos

Marie......... Clémentine Célarié

Hugo.................. Jonathan Cohen
George................ Michel Vuillermoz
Claire................ Brigitte Catillon
Patrícia.............Daniela Schmidt
Francke................. Arnaud Ducret



                Ah, e essa minha jornada pelas comédias românticas açucaradas ao redor do mundo? Lembrem-me de agradecer à Bárbra por aceitar “dividir” a conta do Netflix com ela. Começamos com A LA MALA (a mexicana) e agora nos arriscamos com AMOR E TURBULÊNCIA (a francesa). O que lhes parece?
            O filme começa do começo. Melhor, do começo da viagem do casal principal, enfatizando o quanto as coisas têm tudo para dar certo para Julie e errado, para Antoine. Ele realmente reconstruiu a minha recente desconstrução sobre a higiene pessoal dos franceses. Que pena, Antoine, você é um doce (do tipo vencido e fedendo a desodorante misturado com suor).
            Os dois são bastante charmosos, Julie de um jeito doce, quase infantil e Antoine no que nos romances históricos chamamos de "libertino". Tenho uma queda por estes... No inicio é tudo uma deliciosa tortura, com alfinetadas vindas de ambos os lados.

            Com o tempo, sem nos perdermos na história, vamos descobrindo mais sobre o relacionamento dos dois, desde como se conheceram, passando pelo primeiro encontro (Julie, não diga que a Torre Eiffel é brega, machuca meu !) e chegando ao ponto de ruptura: uma série de turbulentos eventos.




PERSONAGENS SECUNDÁRIOS RAPIDINHO
            A maior parte o filme se passa dentro do avião. Falando assim você pode (assim como eu) imaginar que vai ser chato, mas não é! Prometo. Há uma variedade surpreendente de personagens secundários. George, o comissário de bordo: cortês com a Julie, cortante com o Antoine. O amigo do Antoine, muito direto ao assunto: reconquiste a garota! A mãe extremamente sincera da Julie. (Sendo que os dois últimos devem ser de sagitário, é nós!). Uma garotinha com coroa de princesa no assento ao lado que faz comentários aleatórios.


            Outra coisa interessante é a relação entre os outros personagens e os espaços nos quais a história se passa. Invés de simplesmente cortar e começar de novo noutro ambiente, você pode acompanhar uma comissária de bordo seguindo por um corredor no avião e sumindo através de uma escultura de um pênis gigante, já na exposição em que Antoine Julie se conheceram. Achei a ideia ótima!

            Eu não costumo me incomodar muito com os clichês, desde que eles atinjam o resultado (ter-me chorando ou rindo feito tola ao final do romance). Mas os roteiristas de AMOR E TURBULÊNCIA foram hábeis em não corresponder às expectativas criadas. Agarrar-se com um pé de valsa ligeiramente bêbado no topo da Torre Eiffel, a ponte dos cadeados, jantares românticos, nada como o que se esperaria desse tipo de filme.
            AMOR E TURBULÊNCIA não é só um filme para levantar o ânimo, como também (na minha humilde opinião de telespectadora) muito bom. Sem deslizes visíveis a olhos leigos. Assista e se delicie com um alcoólico Antoine e seus maneirismos cativantes e uma imprevisível, doce e assustadoramente ciumenta Julie e um final que...
(suspiros).
Fonte: Universal Pictures

Fonte: Universal Pictures





terça-feira, 14 de junho de 2016

Nova edição de "Como eu era antes de você" - Jojo Moyes

Fonte: Site da Editora Intrínseca

EDITORA: INTRÍNSECA
ISBN: 9788580573299
ANO: 2013
NÚMERO DE PÁGINAS: 320
SÉRIE: Como eu era antes de você

Como eu era antes de você, que já era um livro lindo com uma capa que não era lá essas coisas. A novidade é que nosso queridinho da vez ganhou capa com os lindos Sam Claflin (de Jogos Vorazes) e Emilia Clarek (Game of Thrones) que interpretarão Will e Clarke, respectivamente.

Sou suspeita pra falar, porque tenho uma queda pelo Sam por capas com pessoas, mas diz que não tá uma graça?
Estou aqui roendo minhas unhas e contando os dias para a estréia da adaptação cinematográfica (DIA 16 DE JUNHO que não chegas nunca!). Enquanto isso, quem ainda não leu, dá tempo! E quem quiser matar as saudades, corre AQUI e dê uma conferida na nossa resenha!

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Introdução Crítica ao Direito Penal - Nilo Batista

AUTOR: Nilo Batista
EDITORA: Revan
ISBN: 9788571064157
LANÇAMENTO: 1997
NÚMERO DE PÁGINAS: 136
O que significa "Direito Penal"? Qual o mecanismo lógico-jurídico da construção de uma norma penal? O que são a Criminologia e a Política Criminal? Como a realidade do sistema penal contradiz este próprio direito? Que missão cumpre o Direito Penal numa sociedade dividida em classes? Quais os princípios básicos do Direito Penal? Como tais princípios foram produzidos historicamente, e que funções desempenham hoje? Quais os horizontes da ciência do Direito Penal para libertar-se das peias do tecnicismo jurídico? Essas e outras indagações integram uma unidade curricular decisiva no ensino jurídico: a iniciação ao Direito Penal.

Sua importância – não apenas no processo de formação do futuro jurista, mas também enquanto questionamento dos principais conceitos relativos à disciplina – pode ser medida pela grande quantidade de títulos oferecidos nos últimos dez anos, principalmente pela literatura europeia.
Nesta obra, fundamental para o ensino jurídico, Nilo Batista faz uma revisão pontual de soluções usualmente adotadas na literatura jurídico-penal brasileira.
Por que, pergunta o leitor, estou fazendo uma resenha de um livro de Direito? De que interessa à população geral? Pois respondo muito simplesmente: não é o Direito parte de nossas vidas? Não rege a sociedade em que estamos inseridos? Não estamos a ele submetidos todos os dias?

Se o Direito permeia nossa vida de maneira tão considerável, é apenas justo que tenhamos algum conhecimento teórico sobre ele, mesmo que não cursemos Direito. E, por isso, venho lhes recomendar Introdução Crítica ao Direito Penal Brasileiro, um livro realmente de introdução ao Direito Penal que permite ao leitor, mesmo que leigo, começar a compreender o funcionamento de um dos aspectos de nosso sistema jurídico.

Não se trata, porém, de um livro que meramente descreve o funcionamento do Direito Penal e as estruturas a ele relacionadas, é uma obra crítica, que trata sobre como este se insere em nossa sociedade, analisa suas origens, os mitos que o rodeiam e explicita, de maneira simples e clara, mas também muito bem pensada os aspectos mais básicos que precisamos entender sobre este âmbito do Direito.

Um livro curto, de leitura fácil e acessível, que traz opiniões de diversos autores mas consegue desenvolver, por si, uma linha argumentativa muito bem construída que recomendo a todos. Afinal não conhecer o próprio sistema jurídico pode abrir espaço para inúmeros abusos.

domingo, 15 de maio de 2016

A La Mala


The Movie Clips

FICHA TÉCNICA
TÍTULO ORIGINAL: A La Mala
ESTREIA: 27 de fevereiro de 2015
PAÍS DE ORIGEM: México
DIRETOR: Pedro Pablo Ibarra
ROTEIRISTAS: Ari Rosen, Issa Lopez
ESTÚDIO: Pantelion Films
Elenco
Maria Laura.......Aislinn Derbez
Santiago...........Mauricio Ochmann
Kika..................Papile Aurora
Pablo................Luis Arrieta
Patrícia.............Daniela Schmidt
Carla.................Magali Boysselle
Ex da Kika.........Iván Sánchez


trailer


sinopse
 Maria Laura, uma aspirante de atriz recebe uma proposta de sua melhor amiga. Ela deve flertar com o namorado da melhor amiga para testar a sua fidelidade. Maria então descobre uma carreira lucrativa e passa a ser contratada por diversas mulheres em toda a cidade. Em seu último caso, que não deveria ser nada difícil, ela acaba se apaixonando pelo cara que deveria enganar.


            


O QUE ACHEI

Se você, assim como eu, sente que já assistiu o melhor que Hollywood  tinha a oferecer em termos de comédias românticas  desde “COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ”, talvez seja a hora de experimentar algo novo. Mas que tal começar por outro velho conhecido nosso? O México continua reproduzindo deliciosos clichês aos quais nenhum fã de romance água com açúcar pode resistir, e não estou falando das novelas da Televisa. Para nós, A LA MALA é uma ótima pedida.
Divertido, leve e romântico. Às vezes é tudo o que esperamos de um filme. Nada de “Que desempenho!”, de atores premiados naqueles dramas inspirados em fatos reais. Depois de uma semana assassina de discussões sobre impeachment, provinha básica e centenas de páginas se amontoando para as avaliações de fim de semestre, o que a gente quer mesmo é fingir que a vida é um romance de banca por brevíssimas 1h e 45min.

Gerador Memes
E foi fuçando no Netflix que encontrei essa comédia estrelada pela lindona Aislinn Derbez, que interpreta uma jovem atriz à procura de seu lugar ao sol (Juro que era pra soar piegas mesmo). Enquanto a fama não vem, Mala é uma espécie de teste de fidelidade. Veja só, tudo começou como um favor para sua melhor amiga, Kika, mas daí uma conta pra outra e a fama se espalhou. Quando viu, já era uma referência no ramo. A moça usa de todo seu charme e atuação para tentar extrair o lado mais “cabrón” (acabei de adicionar mais um xingamento ao meu dicionário, hehe) dos bofes das clientes, a fim de descobrir se o chico é ou não fiel.
Quando finalmente Mala consegue um papel promissor, só precisa conquistar um último canalha: Santiago, o ex de sua chefe. É claro, que ela vai se apaixonar pelo cara, isso nem é spoiler. O mocinho não é nenhum Carlos Daniel da vida, mas tem lá seu charme de galã mexicano. Além de rico, fabrica tequila (o que pra muita gente é como ouro, vale mais que dinheiro), preocupado com as crianças carentes, gosta de Rachmaninoff  e Sinatra. E o melhor de tudo: põe a Mala em cada situação constrangedora com seus comentários, que... aiai. Isso supera até a minha queda por pianistas e suas mãos. ;)
E é nesse dilema que o filme vai passando: se a Mala pega o gato, perde o emprego. Se pega o emprego, perde o bonitão. Entenderam?
Ainda tem o bônus da colega de casa/melhor amiga/conselheira Kika e o Pablo, um agregado no apê das duas. Não vou nem contar que esses dois ficam juntos no final, tá? De qualquer forma, já avisei desde o princípio que não era suspense.
Se quer romance, veja A LA MALA. Vai sentir vergonha alheia (antes ela do que eu), dar umas risadinhas, ter um final feliz (aí bem eu podia ser eu) e assim que os créditos acabarem voltar à realidade pra ler Dworkin e não entender bulhufas. Urgh!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cloud Atlas - David Mitchell


AUTOR: David Mitchell
EDITORA: Sceptre
ISBN: 9780340822784
LANÇAMENTO: 2004
NÚMERO DE PÁGINAS: 529

Os narradores ouvem seus ecos na história e mudam seus destinos de maneiras grandes e pequenas, em um estudo do perigoso anseio da humanidade por poder. Um viajante relutante cruza o Pacífico em 1850. Um compositor deserdado invade um domicílio na Bélgica do entre-guerras. Um editor de fofocas foge de uma gangue credores. Outros incluem uma jornalista na Califórnia do governador Reagan e uma garçonete geneticamente modificada no corredor da morte. Finalmente, um jovem ilhéu do Pacífico testemunha o crepúsculo da ciência e civilização.

Tradução própria: The narrators hear their echoes in history and change their destinies in ways great and small, in a study of humanity's dangerous will to power. A reluctant voyager crosses the Pacific in 1850. A disinherited composer gatecrashes in between-wars Belgium. A vanity publisher flees gangland creditors. Others are a journalist in Governor Reagan’s California, and genetically-modified dinery server on death-row. Finally, a young Pacific Islander witnesses the nightfall of science and civilization.
TRAILER
Fonte: YouTube

Três anos atrás, por recomendação de um amigo e após ter visto o filme, comecei a ler Cloud Atlas, mas por algum motivo, não consegui entrar em um ritmo para ler o livro e acabei por praticamente abandoná-lo - e quando digo algum motivo, preciso, de fato, deixar em aberto, afinal não há uma única razão objetiva para que desgoste da história. Apenas em janeiro de 2016 resolvi recomeçar minha leitura e me deparei com um dos livros mais incríveis que tive o prazer de ler ao longo da vida.

Qualquer pessoa que me conheça – ou até mesmo que tenha lido alguma resenha escrita por mim – sabe o quanto valorizo o estilo de escrita e Cloud Atlas não tem um estilo de escrita agradável. Ênfase no um. Cloud Atlas tem vários estilos de escrita completamente diferentes e absolutamente fascinantes. “Mas como?”, pergunta o leitor inadvertido.

Cloud Atlas conta uma e múltiplas histórias. Mais especificamente, seis histórias diferentes que percorrem os séculos, entrelaçando-se em uma trama principal que une tempos e espaços diversos. Há quem diga – e inclusive o filme segue esta linha interpretativa – que o tema principal seja reencarnação, mas eu particularmente vi uma história sobre o capitalismo e suas consequências para indivíduos e a sociedade em que estão inseridos.

Começando no século XIX, com um americano que entra em contato com povos colonizados, passa pelos anos ’30 do século XX através da história de um jovem compositor, Robert Frobisher, que se encontra em dificuldades financeiras por querer se dedicar à sua paixão pela música (e aqui se trata brevemente da questão de direitos autorais e a exploração do trabalho alheio). Em seguida, mergulhamos com Luisa Rey, escritora de um tabloide, em uma aventura que busca revelar o verdadeiro impacto dos planos de uma corporação, incitada pelo já idoso cientista Rufus Sixmith (que, vale notar, é o destinatário das cartas de Frobisher). Tim Cavendish é a próxima vítima do capitalismo, editor extorquido e em seguida socialmente excluído devido à sua avançada idade, não mais útil para mover as engrenagens do sistema. E por falar em eliminação dos economicamente inúteis, chegamos à história de Sonmi-451, certamente a mais fascinante em questão de contexto histórico. Em dois capítulos, como muito bem disse Edward Keag, David Mitchell constrói uma distopia corpocrática muito mais fascinante e consistente que a de muitos livros dedicados inteiramente a um futuro distópico. Sonmi-451, um clone projetado para servir, concede uma entrevista para um jornalista e conta sua história de ascensão intelectual (e talvez social), que a levou a compreender o funcionamento do sistema em qual está inserida em suas nuances mais perversas. Por fim, a história culmina em uma sociedade de um futuro distante que mais se parece uma sociedade tradicional* e um momento de raro contato desta sociedade com alguém de fora, de uma sociedade tipicamente moderna. E aqui, é como se voltássemos ao princípio do livro, em que o moderno e o tradicional interagem, porém o ponto de vista é invertido. Agora não é narrador o navegante americano, mas o nativo do povo do vale (tradução própria). É como se a história fosse cíclica, começando e terminando no mesmo ponto de interação social, apesar de em momentos diferentes da história do mundo.

"Seu mundo me intrigava; suas diferenças em comparação com o nosso eram indescritíveis. Sangue-puros faziam todo o trabalho subalterno; os únicos clones eram ovelhas doentias. As pessoas decaíam e ficavam feias ao envelhecerem; nada de dewdrugs. Idosos esperavam a morte em prisões para os senis e incontinentes; nada de vidas com duração fixa, nada de euthanasium."

Trad. própria: Its world intrigued me; its diferences from our own were indescribable. Purebloods did all the menial work then; the only fabricants were sickly sheep. People sagged and uglified as they aged; no dewdrugs. Elderly people waited to die in prisons for the senile and incontinent; no fixed-term lifespans, no euthanasium.